“Nossas vidas são finitas, mas a vida é infinita. Somos jogadores finitos no Jogo Infinito da vida. Chegamos e partimos, nascemos e morremos, e a vida continua com ou sem nós. Há outros jogadores, alguns deles são nossos rivais dignos, conquistamos vitórias e sofremos derrotas, mas podemos sempre continuar jogando amanhã (até ficarmos sem capacidade para continuar no jogo). E não importa quanto dinheiro ganhamos, não importa quanto poder acumulemos, não importa quantas promoções nos são dadas, nenhum de nós jamais será declarado vencedor do jogo da vida.”
-Simon Sinek
Em 2019, Sinek lançou o livro “O Jogo Infinito”, um livro que nos conta os benefícios de adotar um pensamento de longo prazo e não somente nos negócios. Para o autor, grande parte das dificuldades e da ansiedade que vivemos hoje vem da busca por soluções imediatas e vitórias rápidas.
A teoria dos jogos já vem sendo desenvolvida desde a década de 50 extensivamente, dentre diversos debates e busca de estratégias para aumentar a probabilidade de ganhar, reduzindo as perdas. O prof. James Carse trouxe o questionamento, “e o jogar?” que levou ao seu livro sobre o Jogo da Vida, onde sua mentalidade é o que define se ele será finito ou infinito.
Em sua definição:
Jogo finito: qualquer atividade que você decida fazer com propósito finito de vencer. Tem limites claros, jogadores conhecidos e regras estabelecidas. O jogo finito tem começo, meio e fim, e se tem um vencedor, também tem de ter um perdedor.
Jogo infinito: possui jogadores conhecidos e desconhecidos (novos jogadores podem entrar a qualquer momento), as regras são mutáveis, podemos jogar conforme o melhor para o objetivo, que é perpetuar o jogo ao máximo possível.
Jogar para vencer é algo que aumenta o nível de stress e ansiedade no mundo, mas jogar buscando continuar jogando junto é o que amplia nossa vontade!
O que muda realmente é a mentalidade com a qual você escolhe jogar, uma vez que estamos imersos no jogo da vida, onde não existe vencedor, você pode olhar para carreira e conquistas e definir o que você chamaria de “venceu na vida”. Porém o que estará em sua lápide e quem lembrará do que você fez, o impacto que causou verdadeiramente na vida das pessoas, é o que vai dizer como você escolheu jogar.
Precisamos ter a clareza do jogo que estamos jogando, pois sim, haverão jogos finitos que agregam e são importantes para nos permitir jogar infinitamente. Mas estes não são os jogos que perpetuarão a nossa causa, pois eles são limitados a um espaço e tempo, eles tem começo e fim, e o que buscamos de verdade é algo que nem sequer conseguimos pensar em um final.
Uma mentalidade infinita é repleta de práticas que vão além de afazeres ou coisas que você pode marcar como completas em uma Checklist. São práticas que nos despertam para algo a mais, e algumas delas são:
- Promova uma causa justa: pode ser a sua ou apoiar algo que faça sentido para você
- Tenha equipes de confiança
- Estude rivais dignos
- Prepare-se para flexibilidade existencial
- Demonstre coragem para liderar.
Causa Justa
A causa justa é uma visão de futuro! O que queremos construir, ver a mais no mundo, precisa ser a favor de algo, inclusivo e aberto para todos que queiram contribuir, direcionada a prestar serviço, resiliente e precisa resistir à mudanças políticas, tecnológicas e culturais. Ademais, sobretudo ela é idealista e ousada.
Um exemplo são as independências latino-americanas, que foram ampliadas para outras libertações e promoção dos direitos humanos. A causa deve proteger as pessoas e buscar continuar o jogo maior, seguir na luta!
Uma causa justa é capaz de unir pessoas e propósitos. Aqui na Chuva nós chovemos juntos, logo, somos todos guardiões da causa! Somos responsáveis por levar a nossa causa adiante e não apenas funcionários que exercem determinadas funções. Acreditamos e fortalecemos nosso corre, porque acreditamos no propósito da Chuva.
“Nenhum sonho é tão pequeno pra quem sabe dividir.”
– FBC, Coyote beatz
Vontade e Recursos
Parece simples quando falamos dessas duas características. Ambos são combustíveis e essenciais para o negócio, mas não podem ser equilibrados igualmente, e nem considerados como tendo a mesma importância.
Pense na empresa como um “carro”, construído com um propósito, para avançar uma causa justa. O dinheiro é o combustível, é essencial para conseguirmos nos mover, mas são as pessoas que estão ali, dirigindo e guiando o caminho, compartilhando a excitação, a alegria, se divertindo na jornada que fazem a real diferença, é isso o que mais importa! É como estar sobre os ombros de gigantes!
A vontade está atrelada a querer ver um hoje diferente de ontem, pra melhor, no sentido de que meu trabalho permita que outras pessoas tenham acesso aquilo que eu não tive, aprendam antes aquilo que demorei anos para aprender, criem conexões que eu não fui capaz de criar, e por aí vai.
Confiança e Vulnerabilidade
Confiança e vulnerabilidade crescem juntas, trair uma delas é destruir ambas!
Confiança é um sentimento e um líder não consegue simplesmente pedir confiança, ninguém consegue, é algo que se conquista. Sentimentos existem, não são desligados no trabalho e o fato de se sentir seguro para expressá-los, não é falta de profissionalismo, é essencial, e está diretamente ligado não só com desempenho, como também com a nossa vontade de jogar o jogo infinito.
Não estando em uma equipe de confiança não expressamos vulnerabilidade e escondemos coisas por medo, e isso vai minando nossos esforços para progredir. Você é transparente quando age sobre suas vulnerabilidades
Podemos ter uma pessoa com baixo desempenho e alta confiabilidade que leva a resultados mais consistentes e duradouros que pessoas de alto desempenho e baixa confiabilidade uma vez que este estimula uma cultura tóxica voltada ao desempenho individual e não ao resultado
Rivais Dignos
Um rival digno é outro jogador que vale a pena admiramos, alguém que nos instiga a sermos melhores e desenvolvermos habilidades que ainda não temos
A rivalidade costuma ter um caráter negativo, mas podemos fazer dela algo positivo se soubermos escolher nossos rivais e construir uma relação de respeito com eles.
Flexibilidade Existencial
A flexibilidade existencial é a capacidade de instaurar uma ruptura extrema num modelo de negócio ou percurso estratégico para a causa justa avançar com mais eficácia e causar mais inspiração.
Estamos sujeitos a instabilidade em várias partes das nossas vidas, saber lidar com essas mudanças sem se desestruturar e desestruturar todos / tudo à sua volta é o que realmente nos faz sermos resilientes e flexíveis.
Quando falamos em resiliência, na física temos como definição: “a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.” Podemos também aplicar esse conceito para nossas vidas, mas ao invés de falarmos que resiliência é a capacidade de voltar ao normal após certas tensões, podemos incorporar essa definição, torná-la mais verossímil, Porque não é sobre voltar à forma original, mas sim sobre o aprendizado que se alcança com os tropeços, dificuldades e os desafios que enfrentamos, sobre a transformação que alcançamos em nós a fim de nos tornarmos melhores e mais fortes!
É fato, não somos os mesmos após as adversidades, mas com toda certeza podemos nos tornar melhores e aprender muito com elas. Por isso por aqui, adotamos o Mete a Cara. Meter a cara se difere do conceito que temos de resiliência. Porque a questão principal e o que buscamos, não é voltar ao original, mas sim evoluir e ir além com os baques e rupturas que enfrentamos .
Coragem para liderar
A pressão do mercado é intensa, salários inimagináveis, benefícios incontáveis, o surgimento e morte de organizações de curto prazo que vem gerando incontáveis problemas de saúde física e mental não somente, mas em especial para a geração Z.
Coragem para liderar se baseia em fazer as escolhas certas, consistentemente. Assumir riscos pelo bem coletivo e futuro desconhecido, ignorar padrões externos e assumir a mais alta ética. Aqui na Chuva, nós somos Gerente de Si e incentivamos o desenvolvimento desta habilidade no dia a dia. Ninguém é forte o suficiente para jogar o jogo infinito sozinho, e para manter uma mentalidade infinita, precisamos uns dos outros para lembrar e apontar oportunidades e melhorias que nem sempre vemos sozinhos.
A tarefa do líder é criar novos líderes para desenvolver a cultura e levar a causa justa. Líderes não são responsáveis pelos resultados e sim pelas pessoas que são responsáveis pelos resultados, criando assim um ambiente de trabalho propício e seguro.
Estar em um jogo infinito é aprender com passado, estar no presente e olhar para o futuro!
O tema jogo infinito e mentalidade infinita fazem parte do “O jogo Infinito” de Simon Sinek, um dos livros escolhidos para o nosso Cumbuchuva. Se você chegou até aqui e gostou do que leu, conta pra gente que jogo você joga e como você tem aplicado a mentalidade infinita na sua vida?